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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Antigas embarcações no Seixal, risco á navegação

Faz tempo que estou para fazer este artigo, até porque passei 10 anos a retirar toras de madeira que se iam soltando destas embarcações. Faz muito tempo que estas embarcações repousam junto ao maravilhoso museu vivo e municipal de embarcações típicas do estuário do rio Tejo, em Arrentela.


Cresci e aprendi a pescar junto a estas embarcações, quando já não estavam em condições de navegar mas ainda impunham toda a sua beleza. Numa altura em que eram muitas as embarcações de grande porte que se encontravam abandonadas nas margens da baía, estas sem duvida que se enquadravam, por estar junto ao museu, e por se encontrarem belas, valorizando as margem enquanto as restantes não passavam de um monte de ferro velho abandonado que em nada dignificavam esta magnifica baía.


Uma altura em que a Baía do Seixal não era bonita, os esgotos reinavam e estes destroços que falo espalhavam se por quase toda a orla e eis que um grande trabalho de limpeza e requalificação dos esgotos vem devolver toda a sua beleza que encontramos hoje, uns bons anos passados. Grande trabalho da autarquia, a administração da altura, a meu ver mais vocacionada e com outra visão nesta matéria, aproveitou os fundos do QREN juntamente a um forte investimento dos munícipes e foram retiradas, salvo erro, 11 embarcações de grande porte entre outros monos e foram criadas condições de navegabilidade dentro da baía bem como de acesso a terra com a reconstrução e colocação de novos equipamentos náuticos.

A estação elevatória, retirou todos os esgotos, ok quase todos, e deu se uma transformação na maneira como mal tratávamos esta nossa baía e os resultados, com a continuação serão de  referência ambiental. É de reconhecer o bom trabalho a nível ambiental.

Estas são as embarcações que vos falava que eram belas, com todas as suas cores e imponência do seu tamanho, não vejo razão para se encontrarem no local. Respeito os gostos de cada um mas o risco à navegação que as peças de madeira que se soltam podem causar as muitas embarcações que convidamos a nos visitar, podem causar um rombo no casco e lá está uma carga de trabalhos para quem não conta dar de caras com peças de madeira a flutuar com pontas de ferro agarradas. Garanto que não existem mais relatos porque as pessoas que estão permanentes no plano de água, de há uns anos para cá, as sinalizam e retiram para terra antes que possam causar danos.

Não podemos colocar nas costas da natureza a limpeza do que o homem suja, neste caso é o que está a acontecer.  A maré vai limpando aos poucos para voltar a dignificar o local

Fica o alerta, não é certamente pelos custos de retirada do que resta no local que não se faz a intervenção e certamente vai retirar riscos a quem navega, para alem de requalificar o local.

Um abraço a todos,

Nuno Fernandes (Nós perto do mar)


terça-feira, 12 de novembro de 2019

Bóias de vidro para pesca, porta-chaves

Boa noite, boa gente!
Ainda no seguimento dos trabalhos que fiz para tentar recriar as antigas bóias usadas na pesca e feitas em vidro, peça flutuante. Desta vez usei um material mais tradicional, o sisal. Fica com um acabamento muito interessante e dá um acessório decorativo com alguma pinta.






Obrigado por terem visto mais este trabalho e aguardo arranjar esferas de vidro à escalara real para poder fazer uma verdadeira bóia de pesca tradicional para mostrar ao pessoal.

Grande abraço a todos,

Nuno Fernandes (Nós perto do mar)

domingo, 3 de novembro de 2019

Bóias de vidro, pesca tradicional

A pesca tradicional, hoje em dia o aparecimento de novos materiais vieram facilitar a vida ao homem, nas mais variadas vertentes. Na pesca não foi diferente, as borrachas e plásticos viera trazer melhores desempenhos com custos mais em conta. Mas eram as bóias de vidro que faziam o papel não só de localizar o cabo bem com dar flutuabilidade ao aparelho de pesca.

Até há data só vi dois modelos, uma bóia só com uma esfera em vidro e com duas esferas em simultâneo, alinhadas na vertical. Fiz dois exemplos para que tenhamos uma ideia de como funcionava.





Agora deixo um trabalho com duas bóias em simultâneo, trabalho que ficou muito parecido ao real e com um belo efeito decorativo. Calculo que a utilização de duas bóias tinha a vantagem de aumentar o poder de flutuabilidade.





Ainda conseguimos ver, em algumas feiras de velharias, estas bóias de pesca tradicional, não comprai nenhuma para decoração mas decidi recriar estas bóias de vidro em uma escala menor, com efeito decorativo ou porta-chaves.





Com o recurso a esferas de vidro, mais concretamente berlindes, dão um grande efeito e ajudam esta malta nova a perceber como os nossos pescadores antepassados se desenrascavam nas lides, homens do mar. Altura em que até as manilhas que hoje usamos em inox eram feitas com cabo, eis um bom artigo para aqui desenvolver.

Um grande abraço a todos,

Nuno Fernandes (Nós perto do mar)

sábado, 12 de outubro de 2019

Moliceiros de Aveiro com motores electricos até 2023

Ai está um grande exemplo que as gentes de Aveiro, directamente ligados ao mar, estão a dar com um grande combate visível à poluição. Segundo consta, até 2023 todas as 22 embarcações típicas Moliceiros que operam na ria, vão ter  que equipar estes motores eléctricos. Um forte investimento, visto que cada motor, mais conjunto de baterias, pode ascender os 35.000€, mais caro do que a própria embarcação mas sem duvida um passo muito importante não só na poluição que os motores enviam para os ar mas também os combustíveis e óleos que são derramados no mar.

Um investimento que só é feito por quem pode ter uma visão de futuro onde o ambiente está incluído. Não existe mais tempo para politiquices, é altura de passar para o terreno.

Neste momento está uma embarcação em testes e os resultados tem sido muito positivos por parte dos passageiros que contratam este serviço. O silêncio que a viagem passam a ter ser o ruído do motor é o pormenor muito apreciado por todos.

Os operadores salientam a necessidade de pequenos testes e um bom equipamento de carregamento nas margem por questões de autonomia. A autarquia compromete se a ter esses equipamentos de carregamento e todas as áreas adjacentes aos cais existentes nos canais da ria.

Deixo os parabéns pelo projecto e vejo no Tejo uma grande necessidade de projectos arrojados como este. Passa por existir vontade politica de quem pode decidir e com a colaboração de todos, a médio prazo, seria possível fazer o mesmo nas embarcações que operam no Tejo. 


Fonte: SIC Noticias.

Um abraço a todos,

Nuno Fernandes (Nós perto do mar)

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Caveira, porta-chaves Paracord

Boa a todos,
Já me tinha pedido para fazer uns artigos em que fosse conjugada a caveira e os cabos. Desta vez, de onde vem o cabo, também vieram uma pequenas caveiras para acrescentar aos trabalhos que faço. Comecei por um artigo que todos usamos, escolhi fazer dois porta-chaves com as cores de cabo que achei que melhor iam combinar e, ai está o trabalho final. 





Outros artigos vou fazer com estes acessórios, há que chegar a todos os gostos e para mim é um prazer confiarem e encomendarem este tipo de trabalhos, obrigado.

Grande abraço a todos,

Nuno Fernandes (Nós perto do mar)

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Pulseiras Paracord

Boas noites, boa gente!

Um artigo para vos mostrar mais umas pulseiras que fiz a pedido de uns amigos, espero que gostem. Alguma peça que possam querer adquirir, disponham.

Vou mostrar as pulseiras por cores, começando pelos verdes e castanho, onde saliento o verde tropa que fica muito fixe. Como podem ver em quase todos os artigos que o fecho é de abertura rápida e com um apito para sinalização sonora em caso de necessidade. Por essa razão, e devido à qualidade do cabo, são conhecidas como pulseiras de sobrevivência.





Para quem gosta de muita cor não fica sem solução, estas estão muito porreiras, cada uma à sua maneira e feitas de formas diferentes.










Fica o registo de mais alguns trabalhos que tenho feito para os amigos, ultimamente tem aparecido muito pessoal a procurar os meus trabalhos, sendo amigos, fico ainda mais feliz, obrigado boa gente!

Um abraço a todos,

Nuno Fernandes (Nós perto do mar)


quarta-feira, 12 de junho de 2019

Arte Marinheiro, porque não apoiar e preservar esta arte.

Boa noite, meus amigos e seguidores deste nosso espaço, um grande abraço!


Hoje o artigo vem em forma de desabafo, alguma tristeza mas conformado. Não tem sido fácil manter o meu blogue activo, com trabalhos de qualidade e diversidade. Só me tem sido possível dar continuidade à vertente decorativa, baseada em porta-chaves e pulseiras. Isto porque destes artigos as pessoas gostam e consigo ir vendendo muitos peças o que permite adquirir mais material para repor e, se possível, ainda fazer uma peça ou outra mais elaborada com o material que vai sobrando. A vertente tradicional, que eu amo e passei muitos anos a aprender e desenvolver, é mais complicado de manter. Os materiais estão muito caros, falo só do sisal e cânhamo, porque outros materiais acabam por ser mais caros e não é possível fazer molhelhas, gravatas e defensas sem gastar muitos metros deste cabo.



Tenho um stock de artigos feitos muito engraçado mas acabamos por não ter onde expor para que as pessoas possam ver de perto e se interessar, restando as redes sociais que ajuda na parte comercial. Os apoios que todos acham bem e que devem existir a esta arte, pois não existem. A partilha, enquanto se ensina, não acontece e deste forma os conhecimentos acabam por se perder e correr o risco de se extinguir. As embarcações típicas trocaram as defensas tradicionais feitas em cabo por soluções em borracha, o lais de guia, sendo o nó que mais castiga o cabo, veio substituir a costura e muitos são os mestres de embarcações que nem as mãos para amarrarem a embarcação sabem fazer.





O lindo que fica, uma gravata e molhelha repleta de cor presa no caneco, as defensas tradicionais a cama de estai em rede e os muitos nós decorativos que colocamos na cana de leme entre outros, fazem parte da alma da embarcação e devemos sempre manter, dentro do possível. Os trabalhos que fiz e acabei por não oferecer ou vender, certamente estarão presentes para serem vistos onde os desejarem e com todo o gosto da minha parte em ensinar mas continuar a fazer já não me é possível e torna-se incomportável pelo que terei de deixar de produzir, excepto os trabalhos que me foram pedidos até à data. Não é incomportável porque, como disse anteriormente, uma defensa tradicional leva muitos metros de cabo e não é fácil adquirir material para depois os trabalhos acabarem em casa. Deixou de ser possível porque as horas que dedico a arte de marinheiro, na vertente decorativa mais ligeira, leva grande parte do tempo que posso despender e como deixei de trabalhar no meio náutico neste momento, fica mais difícil aparecer e estar com as pessoas ligadas a esta arte. Como diz o ditado,"quem não aparece, esquece" e eu não tenho aparecido. Há que saber reconhecer, aceitar e continuar a partilhar com quem queira aprender, isso sim vou continuar a fazer.



O resto, vou deixar para quem possa ter mais sorte, tempo e os apoios para continuar a preservar esta maravilhosa arte, eu fiz a minha parte e durante uns largos anos tentei divulgar ao máximo mas não consegui. Com pena minha esta vertente vai ter de ficar por aqui mas eu também por cá continuarei com o blogue e os porta-chaves, pulseiras e outros pequenos artigos ligados a esta arte, até se justificar e ser possível a dedicação e disponibilidade. De momento os projectos que tenho é nesta vertente e é para ai que as minhas atenções vão ter de se virar. Vão sempre poder adquirir um porta-chaves e uma pulseira do "Nós perto do mar" sempre que desejarem, mais novidades para breve.

Muito obrigado por lerem as minhas palavras, como sempre estarei aqui para o que for preciso, grande abraço!

Nuno Fernandes (Nós perto do mar)

quarta-feira, 20 de março de 2019

(De)Rota da Cortiça no Rio Tejo (Seixal)



Boa noite, boa gente!
Sou de uma terra onde existia uma forte dinâmica na industria de transformação da cortiça, entre outras a principal fábrica tinha o nome de Mundet dando emprego a muitas pessoas, seja a que transformava bem como a quem realizava o transporte no rio. Esse transporte era efectuado por embarcações tradicionais típicas do estuário do rio Tejo. faziam a ligação à capital Lisboa bem como a outros pontos rio a cima. Estas embarcações também eram conhecidas como "barcos de água a cima". Esta ligação existente entre a cortiça e o rio pode inspirar um porta-chaves pinha de retenida, ligando uma filaça de cortiça a um nó de marinheiro bastante conhecido e de grande ajuda dentro de uma embarcação, mais propriamente para ajudar a lançar cabos para terra ou outra embarcação. 


Para já ficamos com estes primeiros trabalhos em cortiça mas muito em breve vou dar continuidade a esta rota da cortiça no Seixal, tentando manter a ligação entre o rio, fazendo mais umas peças com esta matéria prima bem portuguesa e que ainda mantém algumas raízes no Seixal. Quem sabe levar esta rota mais longe, será que a marinharia e a cortiça ainda tem algo a dizer no Seixal?



Já fazia algum tempo que estava para realizar estes trabalhos, só não tinha encontrado o cabo de cortiça com a qualidade necessária para estes artigos mas cá está, e parece me que bem. Espero que tenham gostado, grande abraço!


Nuno Fernandes (Nós perto do mar)

segunda-feira, 11 de março de 2019

No mar, chaves sempre seguras!


 Boa noite boa gente!
A pensar mais uma vez na protecção das chaves das embarcações, algo muitas vezes esquecido e que no caso de um azar de cair à água vai ser muito difícil recuperar, fiz mais três porta-chaves com capacidade de flutuação para deixar as chaves à tona, em caso de queda. Juntando umas bóias de rede de pesca e um pedaço de cabo de muito boa qualidade, ficamos com um artigo engraçado e de grande utilidade.


 
Mais importante que a estética destas peças é a importância que tem a bordo, hoje em dia até no xalavar colocamos flutuadores para não ficarmos apeados, quanto mais a chave da nossa embarcação. Ainda assim é sempre possível tornar estas peças bonitas ou pelo menos condignas para serem usadas.



Obrigado pela atenção e se precisarem de alguma peça. é só apitar, posso fazer a gosto se for vossa vontade. Um abraço e fiquem bem, boa gente!

Nuno Fernandes (Nós perto do mar)


terça-feira, 5 de março de 2019

"Nós perto do mar" na Nauticampo 2019


Este post não só serve para registar a presença dos meus artigos na Nauticampo 2019 mas também para agradecer a oportunidade que me foi dada por um expositor, Galdéria boat. Aceitai participar neste certame porque luto para divulgar esta arte, quase inexistente e com poucas pessoas a realizar estes trabalhos pelas margem do Tejo, já para não falar no País. Entendi aceitar, não participando pessoalmente por motivos muito meus mas coloquei alguns trabalhos que tinha, há ultima da hora, para dar alguma cor ao stand de quem generosamente me convidou.



De salientar que este certame faz 50 anos de existência. Participei uns largos anos nesta feira, em representação de um município, e vi anos bons e menos bons, com muito expositores e anos em que nem tanto mas nunca deixou de ser uma grande feira que muito dignifica a náutica de recreio e desportos náuticos.






Muitas vezes ouço falar que temos de promover estas artes ligadas ao mar, ao rio e a todos as embarcações que usam cabos para se manusear. Mas na prática, se não fosse a persistência de cada um, os projectos de aprendizagem e divulgação morriam à nascença. Desta forma, e porque não existem apoios a quem faz por manter viva a arte de marinheiro, tenho de ficar grato a quem, sem nenhuma responsabilidade pedagógica sobre o que acabei de desabafar, me convidou para participar na Nauticampo, cedendo um pouco do seu espaço para eu poder divulgar esta arte e poder mostrar que existe muito mais para alem do lais de guia.


Ficaram contactos feitos, outros por desenvolver e avaliar a minha capacidade de resposta. São estes apoios que ajudam a divulgar esta arte até porque palavras levam-nas o vento!


As fotos exibidas são de autoria de Galdéria Boat, cedidas gentilmente para ilustrar este pequeno artigo, muito obrigado.

Sempre que precisarem de ajuda disponham, partilharei o que aprendi sem querer nada em troca.

Um abraço para todos,
Nuno Fernandes (Nós perto do mar)